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Centauro e Ohio National, uma parceria com planos para os próximos 100 anos

União é traduzida na nova marca Centauro-ON, com foco em seguros de pessoas e com a soma do know how de ambas. Esse é só o começo...

Da joint venture formada pela paranaense Centauro Vida e Previdência e Ohio National Finance Services, autorizada pela Susep em maio do ano passado, foi criada a marca Centauro Seguradora com o objetivo não apenas de expandir a sua atuação em todo o Brasil, mas também para que juntas tenham um planejamento para os próximos 100 anos no mercado brasileiro.

“A Ohio National é uma companhia centenária, fundada em 1909, em Cincinatti, nos Estados Unidos, que só opera com Vida e com um modelo diferenciado do mercado norte-americano, onde as companhias têm agentes dedicados, equipes próprias em suas operações. Assim como o nosso, o modelo deles é 100% corretores de seguros”, comenta o Diretor Presidente da Centauro Seguradora , Ricardo José Iglesias Teixeira.

Tanto que, quando a Ohio National adquiriu há 14 anos uma companhia no Chile, que tinha agentes próprios, eles encerraram esta operação e hoje só atuam por intermédio dos corretores. “E isso foi o que nos interessou, pois eu não seria cobrado a fazer no Brasil o que eu não conseguiria fazer, que é criar uma estrutura de salão de vendas. Ao contrário, eles veem para somar, para nos ensinar a fazer o corretor vender seguros de Vida”, diz.

Inclusive, Iglesias comenta que em um primeiro momento o objetivo era a compra da Centauro. “Na cultura deles, sempre foram donos de tudo que tiveram e, por isso, foi um namoro de mais de dois anos para que a parceria fosse firmada. Período em que as empresas foram se conhecendo, o modo de operação, formato, e para que eles entendessem que o nosso objetivo era ampliar o leque de operação no País e não vender a empresa”, especifica.

Há pouco mais de 100 anos, a Ohio National iniciou suas operações com

US$ 1 milhão. No final de 2013, havia US$ 38,8 bilhões em ativos sob sua gestão. “Somos muito pequenos para o número deles, mas a importância que eles dão para nós é muito diferenciada, mostrando que a parceria só será boa para eles se for para nós também. Em dezembro tivemos uma reunião de conselho e estamos criando uma base em Miami para que tudo flua mais dentro de uma linguagem latino-americana”, antecipa o executivo.

O melhor de cada um

Entre as companhias, a troca de know how já é evidente e, segundo Iglesias, o que tem contribuído é o fato da Ohio National ter a sua operação 90% voltada para Pessoa Física e o objetivo da Centauro é estar em linha com este modelo. “Nos Estados Unidos, o estouro do mercado de seguros se deu com a geração baby boomers (nascido entre 1946 e 1964), os filhos da guerra do Vietnã, que queriam ter US$ 1 milhão, para isso economizaram, e conseguiram ter muito mais em uma economia positiva. Nós precisamos ser a geração baby boomers americana, aprender a poupar. Os nossos filhos não vão pagar as nossas contas e muito menos o governo”, defende.

E dessa parceria, o primeiro produto lançado em 2014 foi o seguro de Vida Individual. “Quando mostramos todo o histórico do projeto do produto eles se surpreenderam, nos disseram que criam seguros a partir de demandas de mercado e levaram para eles esse modelo de projeto. Assim, da mesma forma que eles nos trouxeram soluções, também estamos levando para eles”, revela.

Iglesias compara o quanto o Brasil está atrasado em relação aos produtos de acumulação. “Estamos na expectativa da regulamentação do Universal Life. Não podemos fugir de algo que o Brasil está, infelizmente, duas décadas atrasado, que é o produto de Vida com acumulação. A Ohio National começou a operá-lo em 1982. O Universal Life é a locomotiva do produto Vida no mundo inteiro”, destaca.

Do ponto de vida tecnológico, o executivo também comenta que a Ohio National está um passo à frente. “Eles são uma empresa digital, não manipulam papel, o que para nós ainda é um sonho. Mas estamos trabalhando com eles para conseguirmos escala de forma rápida para evoluirmos nesse sentido”, antecipa.

A Centauro Seguradora mantém a tecnologia própria para o relacionamento ao cliente e amplia a equipe. “É natural crescer e precisar aumentar o time. Estamos em processo de contratação em mais de uma praça, contratamos Carlos Eduardo Leão Rosenmann (diretor Comercial) e Sidney Pariz (diretor de Operações e Finanças) que veio de fora do mercado. O que foi uma quebra de paradigma, sair do processo comum contratando do concorrente, porque o intuito é sermos uma companhia diferenciada”, revela. 

Já na parte de comunicação, há similaridade entre as companhias. “Embora estejamos ampliando para todo o Brasil, o nosso foco não é a mídia aberta, mas sim direcionada. A Ohio National divulga a sua imagem sendo a 
melhor seguradora para o corretor e para o seu cliente. Lema que vem ao encontro do nosso na Centauro”, compara.

Planejamento

Para este primeiro semestre, o foco é adequar portfólio. “Desde que iniciamos a Centauro em 1992 no ramo de Vida, uma carteira muito importante para nós é o seguro Escolar, com diferenciais e um serviço bem personalizado, que devemos migrar para um passo adiante, um produto Educacional mais completo, que já está no nosso portfólio. Temos outros produtos que faremos ajustes, muito mais no ambiente operacional, com uma base tecnológica muito reforçada, facilitando a relação entre clientes, corretores e nós”, especifica.

Expansão

Com atuação principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste, para expandir, a Centauro Seguradora tem um grande trunfo nas mãos, fruto da operação com o DPVAT, entre 2006 e 2007. “Quando definimos que iríamos entrar no convênio, conseguimos fazer um trabalho bastante diferenciado e profissional. Dizíamos que sinistro DPVAT não era problema, mas sim, solução, e não é a toa que até hoje 95% dos corretores que atendem ao DPVAT estão alocados na Centauro e são eles que nos ajudarão a expandir para todo o Brasil”, pontua.

Ao todo, são cerca de 1.200 corretores em todo o País oriundos desta operação. “Tivemos uma eficiência muito grande em criar um modelo de atendimento ao DPVAT, de lançar de forma diferenciada a volta do corretor de seguros ao seu atendimento, único preparado a atender uma vítima, um beneficiado do seguro. E agora temos que fazer o corretor aprender a vender  seguro de Vida, o que os americanos estão anos luz à nossa frente”, compara. 

A meta da Centauro Seguradora não é deixar de lado o DPVAT, o que segundo Iglesias é o seguro mais importante do País, mas o projeto é atuar com produtos de Vida com aprofundando a relação cliente, corretor e seguradora. “O seguro de Vida Individual, que para nós não existia até lançarmos no CONEC (outubro de 2014), será o nosso carro-chefe nos próximos 100 anos, e não deixaremos de trabalhar com o seguro em grupo, porém hoje ele é praticamente uma commodity, não cria relacionamento com o cliente”, afirma.

E potencial há. “O Brasil tem um grande número de autônomos e a informalidade ainda é grande. Se olharmos o mercado do produto Vida, ele é irrisório. Tivemos uma ilusão na última década em cima de estatísticas, nos contaminando com o PGBL e VGBL, com números que não nos pertenciam. Agora, temos que fazer com que cresça o que de fato é seguro de pessoas”, conclui.  (Karin Fuchs)

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02/03/2015 – REVISTA COBERTURA MERCADO DE SEGUROS